No ano lectivo que agora se inicia, 45 000
professores do ensino não-superior não conseguiram colocação,
engrossando, assim, a lista de desempregados .
A APFN considera este facto naturalíssimo,
dado que, conforme tem vindo a alertar, nada de mais normal num
país que, no final de 2006, totalizava já um défice de cerca 900 000
jovens e crianças. Este número de 45 000 é exactamente igual a
900 000 a dividir por 20, número médio normal de alunos por professor.
Por esse motivo, a APFN não percebe como esta situação
naturalíssima possa ser classificada como "dramática" pela
Ministra da Educação.

Tal deve-se à desastrosa política e cultura
antinatalistas que, de forma crescente, tem sido incutida e praticada em
Portugal nas últimas dezenas de anos e de que o Ministério da "Saúde" é,
actualmente, a cereja em cima do bolo.
Este crescente desemprego na classe de professores é,
apenas, o prenúncio do que se irá manifestar no futuro próximo em toda a
sociedade portuguesa, a não ser que o governo tome medidas, desta vez a
sério, na linha do que já anunciou, mas que são manifestamente
insuficientes, como toda a gente sabe e todos os indicadores apontam.
A APFN continua a aguardar que o Primeiro-Ministro
adopte, para o défice de natalidade, o que fez relativamente ao défice
orçamental, designadamente:
-
Apontar metas a atingir nos próximos anos;
-
Medidas concretas para atingir essas metas, a fim de que se
possa medir, objectivamente, se as medidas implementadas são ou
não suficientes.
Até que isso aconteça, as medidas anunciadas serão
vistas apenas como meros paliativos, incapazes de travarem a gigantesca
crise demográfica que põe em causa o presente e, sobretudo, o futuro do
país.
1 de Setembro de 2007