Esta política, entre
outros factores, tem-se manifestado num crescente e permanente
estrangulamento económico das famílias com filhos, tanto maior
quanto maior o seu número, em total contraste com o que acontece na
esmagadora maioria dos países europeus, como pode ser visto no
excelente artigo publicado no sábado passado no semanário "Expresso" (
Neste domínio, a APFN
chama a atenção ao Governo para os seguintes aspectos recentemente por
este propostos e que não fazem sentido, apelando à sua correcção durante
o debate do OE 2008:
Descida do IVA
para as pizzas (o que não contribui em nada para o combate à
obesidade infantil) mas manutenção dos 21% para bens de
primeira necessidade para as crianças, alguns dos quais até
obrigatórios, como é o caso das cadeirinhas para o automóvel...
Aumento do
abono de famíliaapenas até aos três anos, assim como
da dedução do IRS para os dependentes. A APFN não crê que
o Governo esteja a admitir que as famílias venham a empregar os
seus filhos a partir dos três anos, mas parece bastante.
Continuação do
forte incentivo aos pais casados para se divorciarem ou
separarem a fim de usufruírem da justa dedução por
dependente;
Por outro lado,
duplicação das deduções por PPR´s, que já eram o dobro da
dedução por filho... e, ainda, isenção de IRS nas bolsas aos
atletas de alta competição.
Pela forma com que
cada pessoa gasta o seu dinheiro,
se vê quais são as suas prioridades, para além das santas
intenções que, com maior ou menor publicidade, apregoa.
O mesmo se passa com
os governos...
Por isso, a APFN apela
ao Governo que seja coerente com o que apregoa no modo como
investe o seu dinheiro que, obviamente, terá que ser, à semelhança da
esmagadora maioria dos países europeus, nas famílias que asseguram o
futuro do país: as 6% de famílias numerosas portuguesas, que,
apesar de fortemente pressionadas no sentido oposto, representam 20%
da população e têm, a seu cargo, 27% dos jovens e crianças deste país.
Um país que insiste em
ter este grupo social entre os menos favorecidos,
em benefício das restantes, não tem qualquer futuro.
16 de Outubro de 2007
APFN - Associação Portuguesa de Famílias
Numerosas
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Área 3, Lote 1, Loja A
1750-084 Lisboa