A APFN ordenou as escolas pela diferença entre a
classificação interna e a obtida no exame final, baseada na
informação detalhada dos resultados escolares no 9º ano publicada pelo
Ministério da Educação em
A APFN considera pouco importante a ordenação
das escolas pelas médias obtidas nos exames finais, uma vez que
as condições socio-económicas dos alunos são, na maioria das situações,
a razão principal para essas classificações.
Já o mesmo considera não acontecer quando se
compara a avaliação contínua com a nota no exame final.
Lamentavelmente, apenas existem exames nacionais
em português e matemática no 9º ano, pelo que o Ministério da Educação
não só torna impossível uma avaliação independente dos
resultados escolares nas outras disciplinas, como dá um
fortíssimo sinal à comunidade educativa alunos, pais e
professores) de que apenas são importantes as disciplinas de
matemática e português.
Nesta análise, apenas foram considerados os
alunos internos e as disciplinas em que houve, pelo menos, 10 alunos
apresentados a exame.
As escolas foram ordenadas, de forma independente, pelas
diferenças percentuais nas classificações de frequência e no exame em
cada disciplina, sendo dada uma cor, de verde a preto, em função dessa
diferença.
Da análise dos dados, destaca-se:
Terá havido qualquer coisa de estranho no exame de
português, uma vez que as notas obtidas em exame foram,
de forma geral, muito acima das obtidas ao longo do ano, tanto
mais estranho quanto é público e notório um cada vez
menor domínio da língua portuguesa, até nas
simples ortografia e interpretação;
Bastantes escolas apresentam resultados muito diferentes
em cada uma das disciplinas, o que deverá merecer
análise cuidada do seu Conselho Directivo, uma vez que, tratando-se
exactamente dos mesmos alunos, algo de
estranho se passará com os professores;
Muitas escolas apresentaram desvios superiores a 25%, e
mesmo a 50%, revelando um enorme facilitismo
na atribuição de classificações de frequência
Daí que, a APFN apela ao Ministério da Educação que:
Crie exames nacionais a todas as disciplinas no 4º, 6º e
9º anos, e fim daquelas coisas a que se chamam "provas
de aferição" que, não afectando, em nada, a classificação final,
são pura perda de tempo e dinheiro;
Permita que os pais possam escolher livremente as
escolas para os seus filhos, de acordo com o critério
que a eles pertence, e de que não têm que dar
satisfações a ninguém;
Investigue o que se passou com o exame de português,
designadamente se o exigido foi, de facto, o exigível;
Investigue o que se passa nas escolas que, de forma
consistente, apresentaram desvios superiores a
25% entre a classificação de frequência e o exame
final;
Solicite aos Conselhos Directivos das escolas onde houve
maior disparidade nos resultados das duas disciplinas
investigação para que sejam melhorados os resultados na pior
disciplina.