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Deseducação sexual nas escolas - Comunicado da APFN
Conforme divulgado pela comunicação social, realizou-se na semana passada um
seminário organizado pela APF - Associação de Planeamento da Família onde foi
discutido o quadro ético para a educação sexual e conhecidas experiências
realizadas nas escolas portuguesas e estrangeiras.
Foi com uma grande surpresa que a APFN tomou conhecimento pela mesma comunicação
social, nomeadamente jornal "Público" (http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=196319&idCanal=58de),
que a APF considera a defesa da abstinência e o adiamento das relações sexuais
para depois do casamento, defendida por alguns professores, como "falta de
senso". Frisando esta ideia, a posição da APF tem sido no sentido de "ajudar
todos os jovens a tomar a decisão certa na altura certa", desde que, obviamente,
não seja de simplesmente dizer NÃO, porque isso é "falta de senso"... O
professor "não deve emitir uma opinião, mas agir no sentido de debater, porque
existem diferentes posições morais", embora, claro, a abstinência sexual seja de
abater...
A APFN considera que estas afirmações são de uma gravidade extrema, proferidas
pela associação que tem tido o monopólio da educação sexual nas escolas. É óbvio
que, por estas declarações, não tem sido promovida "educação sexual" mas, sim, "deseducação
sexual". Educar não é, simplesmente, informar... e, ainda menos, "informar mal"
porque, como é evidente a qualquer pessoa normal, o único método 100% seguro
para evitar gravidezes indesejadas ou DST´s (Doenças Sexualmente Transmissíveis)
é, simplesmente, dizer NÃO. Como tal, educação sexual, como toda a educação, é
actuar no sentido de fortalecer a VONTADE, de modo que a vontade prevaleça sobre
o apetite, ou seja, primado do racional sobre o sentimental. Só podem ser
consideradas livres as pessoas em que esta prevalência existe.
Pelo contrário, a actuação da actual monopolista sobre "educação sexual" está em
total oposição ao resultado de todos os estudos científicos feitos neste
domínio, e que se manifestam nas campanhas "não à droga", "não ao álcool", "não
ao fumo", "não ao comportamento de risco" que têm vindo a ser lançadas em todo o
mundo ocidental, por forma a proteger os nossos jovens e crianças dos crescentes
riscos a que têm vindo a ser expostos, com os desastrosos resultados de que,
todos os dias, a comunicação social tem vindo a fazer eco. Infelizmente,
parece que a associação que tem tido o monopólio da educação sexual desconhece
que este modelo tem vindo a ser defendido em vários países como o único capaz de
inverter efectivamente o crescimento da SIDA e outras DST´s, assim como a
gravidez na adolescência. Não é apenas defendido nos EUA, mas também em
Inglaterra, França, Itália, e, de forma crescente, em África e na América
Latina. Curiosamente, é defendido nesses países porque viram os desastrosos
resultados obtidos pelas congéneres da APF junto dos seus jovens. Se os
resultados tivessem sido bons, obviamente não haveria qualquer razão para mudar
para o oposto. Quando muito, ter-se-iam feito alguns ajustamentos, baseados na
sua aplicação em campo.
A APFN informa que, como é evidente, reconhece à APF todo o direito a ter os
seus pontos de vista, embora sejam, objectivamente e baseados em toda a
realidade científica, errados. Considera gravíssimo que estes pontos de vista
sejam difundidos a toda a comunidade escolar financiados pelos contribuintes e
sob o título de "educação sexual" e, ainda por cima, "A educação sexual
oficial".
Perante estes factos, a APFN exige:
1 - Que o Governo, através do Ministério da Educação, informe o país se se
identifica com este modelo de "educação" sexual, isto é, se considera que é
falta de senso um jovem decidir optar pelo adiamento do início da sua actividade
sexual para quando achar mais oportuno e, como tal, dinheiro dos contribuintes
deve ser gasto em promover a antecipação da iniciação sexual dos jovens.
2 - Caso discorde, que:
2a - Suspenda, de imediato, todos os protocolos celebrados com a APF;
2b - Investigue, para a eventual tomada de acções futuras, a responsabilidade
desta acção da APF no persistente aumento da SIDA e outras DST´s em Portugal;
2c - Que sejam enumeradas todas as escolas em que este modelo já está a ser
aplicado, suspendendo-o de imediato, e enviar carta a todos os pais desses
alunos, informando-os de que os seus filhos foram alvo de acções
de educação sexual em que foram indevidamente informados que a abstinência
sexual é sinal de falta de senso, pedindo aos pais desculpa e a sua colaboração
no sentido de tirarem esta ideia errada da sua cabeça.
2d - Que seja investigada a responsabilidade da Comissão de Coordenação da
Promoção e Educação para a Saúde neste assunto, isto é, se concorda com a
opinião da APF e, caso negativo, porque o permitiu e o que tenciona fazer para
desfazer os seus efeitos. Obviamente, demiti-la no caso de concordar.
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
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