Público - 08
Dez 06
Famílias em primeiro plano
Por Ana Taborda
Entrou em vigor em Janeiro deste ano, e conta já com
a adesão de 400 famílias numerosas, de acordo com os
números apresentados pelo vice-presidente da Câmara
Municipal de Vila Real. Com uma população
maioritariamente envelhecida, a autarquia optou por
oferecer descontos no valor de 50 por cento para
todos os agregados familiares com quatro ou mais
pessoas. Para além das taxas e licenças municipais e
do preço da água, os descontos centram-se nas áreas
da educação e cultura: os membros de famílias
numerosas pagam apenas metade do preço. Para o
autarca, Nazaré Pereira, "estes descontos são uma
forma de estimular a fixação de famílias no
concelho," e, "apesar de não serem decisivos na
opção de ter, ou não, mais filhos, permitem dar
algum conforto aos agregados familiares que decidam
fazê-lo." A par do cartão municipal para famílias
numerosas, a autarquia está em fase de negociação
com empresas privadas do concelho, no sentido de
alargar os descontos às compras efectuadas no centro
histórico da cidade. Mas "ainda é cedo para saber se
estas medidas vão ajudar a estabilizar a população,
ou mesmo a fazê-la aumentar," admite o
vice-presidente da câmara. Os descontos previstos
incidem sobre refeições e ATL nas escolas e
jardins-de-infância da rede pública, no
Conservatório Regional de Música, piscinas
municipais, campo de férias, transportes públicos,
espectáculos no Teatro Municipal, taxas e licenças
municipais e consumo de água.
O exemplo francês
É o regime apontado como mais favorável. É aplicado
um coeficiente familiar em função do número de
filhos: se o casal tiver um único dependente, o
coeficiente é de 2,5 e sobre para 3, 4 e 5 no caso
de, respectivamente, dois, três e quatro
dependentes. Para além disso, há um limite anual de
2.300 euros de dedução por dependente para as
crianças com menos de sete anos. Em relação ao
ensino básico, secundário e superior, as despesas
são financiadas no montante de 61, 153 e 183 euros,
respectivamente. Podem-se, ainda, deduzir 50 por
cento das despesas com empregados domésticas até ao
limite de 6.800 euros anuais, explica a consultora
Deloitte.